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Benefícios da utilização da cortiça

Os benefícios de utilização da cortiça na construção civil podem ser mais do que aqueles conhecidos. São inúmeras as caraterísticas deste material que conferem uma boa qualidade ao elemento construtivo onde possa ser aplicado, tais como:

  • Leveza;
  • Impermeabilidade a líquidos e gases;
  • Baixa condutibilidade térmica;
  • Boa absorção acústica;
  • Incombustibilidade;
  • Imputrescibilidade;
  • Facilidade de aplicação

Além destas qualidades que a tornam um excelente material, a cortiça pode tornar-se num dos materiais mais ecológicos a ser aplicado na construção civil. Isto porque ela é extraída do tronco e dos ramos de uma árvore, o sobreiro, sob a forma de peças tubulares e com uma periodicidade mínima de nove anos.

Um dos fatos mais interessantes no processo de extração, sob o ponto de vista ambiental, é o de que ela é realizada de forma manual e sem recorrer ao abate da árvore. Após cada extração de cortiça, o sobreiro realiza um processo de autorregeneração da casca, fenómeno este que atribui um caráter sustentável à atividade de extração de cortiça.

Exemplo de extração de cortiça do sobreiro.

Sob o ponto de vista económico, apostar na cortiça poderá, igualmente, constituir benefícios para a economia nacional. Portugal é o maior produtor e transformador mundial de cortiça, muito em parte, devido à árvore que fornece esta matéria-prima (o sobreiro) se adaptar muito bem ao clima mediterrânico do sul da Europa. O sobreiro constitui cerca de 22% da percentagem existente na floresta principal.

Dadas as qualidades da cortiça mencionadas anteriormente, a sua aplicabilidade é bastante extensa na construção civil, nomeadamente:

  • Revestimentos de pisos, tetos e paredes;
  • Isolamento interior em tetos falsos;
  • Incorporação em fachadas como revestimento em sistemas de isolamento térmico pelo exterior;
  • Incorporação em rebocos e argamassas;
  • Juntas isolantes e de dilatação ou compressão.

Em relação à forma de aplicação da cortiça, ela é geralmente aplicada em:

  • Aglomerado;
  • Granulado para enchimento de espaços e misturas com argamassas;
  • Tiras por forma a preencher juntas.

Aplicação de aglomerado de cortiça sob revestimentos de piso. A absorção a sons de percussão é uma das caraterísticas mais interessantes deste material.

Deste modo, podem ser inúmeros os motivos que levem a cortiça a ser empregue em elementos construtivos. Além das inúmeras qualidades técnicas anteriormente mencionadas, este material apresenta caraterísticas estéticas que o fazem ser apreciado por arquitetos e designers, tendo aumentando a sua procura nos últimos tempos, mesmo para elementos meramente decorativos.

No que à sustentabilidade diz respeito, a cortiça revela também uma caraterística muito interessante sob os pontos de vista de durabilidade e de reciclabilidade. Sob o ponto de vista de durabilidade, este material tem apresentado um comportamento bastante longo e inalterável. Tal fato é validado por se verificar em obras de reabilitação, em edifícios com mais de 70 anos, elementos constituídos por este material num estado de conservação bastante satisfatório, mantendo as suas propriedades constantes com o tempo.

Contudo, caso não seja possível reaproveitar a cortiça, por um ou outro motivo se encontrar danificada (placas quebradas ou contaminadas com outros produtos), é possível reciclá-la. Esta reciclagem consiste numa trituração que resulta num granulado, que, por sua vez, pode então ser utilizado como isolamento térmico ou ser embutido como agregado no fabrico de betões e de argamassas leves. Paralelamente, os aglomerados de cortiça utilizados na construção civil podem ser reciclados a partir de outros produtos que empregam cortiça na sua constituição, como é o caso das rolhas.

Outro fato interessante da cortiça, sob o ponto vista ecológico, é o próprio processo de fabrico do aglomerado utilizado na construção. Este processo exige apenas vapor de água sobreaquecido através de geradores de vapor alimentados com os resíduos resultantes da trituração do material, não sendo introduzidos quaisquer outros produtos além da cortiça e ocorrendo a aglomeração através das suas próprias resinas. Este processo torna assim a cortiça um material absolutamente natural e sustentável, sendo dificilmente comparável a outros neste aspeto.

É igualmente importante referir que, sob o ponto de vista ecológico, a promoção e utilização de materiais de cortiça constitui uma vantagem importante a nível de fixação de CO2. Isto porque um sobreiro, quando explorado através de descortiçamentos, aumenta consideravelmente a sua capacidade de produção de cortiça. Tal fenómeno permite reter maior percentagem de CO2.

Possíveis utilizações da cortiça no futuro

Como já visto anteriormente, a cortiça tem sido inumeramente utilizada na construção civil. Do ponto de vista ecológico, dificilmente pode existir algum material cujas caraterísticas possam ser mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. Sob o ponto de vista económico, também existem bons motivos para aplicar este material. Além de apresentar relativamente um custo baixo, como se referiu anteriormente, Portugal é o maior produtor mundial de cortiça, constituindo esta um dos principais produtos de exportação. Isto implica que, uma aposta neste material, pode também estimular um impacto importante no crescimento da economia nacional.

Do ponto de vista técnico, a cortiça apresenta um número considerável de possibilidades, prevendo-se que essas possibilidades aumentem num futuro próximo. A comunidade científica estuda, neste momento, a produção de aglomerados de cortiça rígidos com base em ligantes plásticos. Paralelamente começam a ser utilizados aglomerados de cortiça como isolamentos térmicos em canalizações de abastecimento de água quente. Começam também a ser estudadas formas de utilizar cortiça como elemento estrutural contribuindo assim para uma maior riqueza arquitetónica. Consegue-se, assim, compreender os inúmeros benefícios deste material na construção civil, havendo razões que sobrem para o aplicar em qualquer projeto. Desafiamo-lo, assim, a interessar-se por este material e a aplicá-lo na sua futura obra.

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